terça-feira, 27 de setembro de 2011

Tempo incontrolável, semanas intermináveis, meses insuportáveis



É. O título deste post não poderia ser mais claro nem menos impactante. Vai chegando esse finzinho de ano, o cheiro de bacalhau (no melhor sentido da expressão, por favor...) vai subindo, Papai Noel já vai levando o trenó pra fazer aquela revisão geral antes da viagem, tudo vai ficando com cara de 2012. Mas chega a Copa de 2014 mas não chega dezembro...


Uma aflição, menino, vai tomando conta dessa gente que já está agarrada no trabalho desde fevereiro, sem parar, num ano tão atípico para os brasileiros. Poucos feriados, né? É...



Mas ainda assim, não dá vontade de parar. MENTIRA! DÁ SIM! Parar uma tarde numa rede, ou no chão da varanda, ou no terraço, ou onde for; parar e curtir o NADA! O tempo passa depressa demais, e não estamos conseguindo ver esse danado passar. Nem as pobres crianças, que já trazem consigo o discurso pronto para a sala de aula: "Professor, não fiz o dever porque ontem tive aula de Tênis, de Balé, de Kung Fu, Corte e Costura, Natação, Futsal, reforço de Matemática e fui pescar com meu pai depois da escola." Sendo que alguns deles chegam na escola às 8h e saem às 17h. O tempo não perdoa. Daqui a pouco essas crianças, que serão o futuro do nosso país, não terão tempo nem pra pegar a mochila. "Ih, professor, esqueci a mochila!" é o próximo passo pra quem hoje esquece o livro ou não faz o dever por conta das aulas de Balé, Kung Fu e tal...



E os meses? Parecem que se arrastam, antitéticos ao tempo que se esvai. Nada segura o tempo, só o dia 30, que aparenta estar depois do dia 29, mas não está... Está, sim, bem depois. Quase num ponto inalcançável, inatingível, intocável. As crianças são muito imediatistas porque não entendem a noção de meses e semanas. Sorte delas. Elas vivem o dia de hoje. Quando muito, esperam pelo amanhã, que sabem que é depois da noite. Mas no mundo da criança o agora é sempre. O amanhã, não.Eu queria voltar a ser criança só pra poder perder essa noção de tempo. Minha única obrigação era obedecer. Aos pais, claro. A criança até os 7 anos, dizem, não sabem diferenciar realidade e fantasia. Tem monstro, sim, embaixo da cama, e tem, sim, como a gente voar. Saber rejeitar isso é uma questão de tempo, cuja velocidade espanta.


Portanto, não perca o seu. Pare para ver seu tempo passar, um dia, por uma hora. Duas? Não sei, se der tempo...

J.E.

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